O Governo do Rio de Janeiro está se preparando para assumir a operação dos trens no estado, diante da situação financeira delicada enfrentada pela Supervia. Com a concessionária declarando que só possui recursos para manter o serviço até julho deste ano, o governo estadual anunciou um plano de contingência para assumir a gestão já em junho.

Uma determinação judicial estabeleceu que representantes da Supervia e do governo estadual, ambos em processo de recuperação judicial desde 2021, se reúnam no dia 27 de junho, com a presença do Ministério Público, para discutir o assunto. Além disso, uma auditoria independente será realizada para avaliar a situação financeira da Supervia e apresentar alternativas para garantir a continuidade do serviço.

O secretário estadual de Transporte e Mobilidade Urbana, Washington Reis, afirmou que o governo não pretende mais liberar recursos para a Supervia, alegando que a empresa não tem cumprido suas obrigações contratuais, incluindo pagamentos e investimentos na infraestrutura ferroviária.

“Temos um plano de contingência para operar o trem e estamos preparados para evitar o caos. O dinheiro utilizado pela Supervia vem do Estado, mas não vamos mais repassar recursos devido à falta de prestação de contas e de investimentos necessários por parte da concessionária. Na verdade, é a Supervia que deve ao Estado”, declarou o secretário.

Washington Reis também informou que o governo protocolou um projeto de R$ 1,3 bilhão, a ser financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal, visando melhorias e manutenção da malha ferroviária.

Por sua vez, a Supervia acusa o governo estadual de não cumprir com os repasses previstos em contrato, afirmando que o Estado possui uma dívida superior a R$ 1 bilhão com a empresa. A concessionária também destaca problemas de segurança pública, citando um aumento de 650% nos casos de vandalismo nos primeiros quatro meses deste ano, resultando em prejuízos de R$ 4 milhões.

A situação continua em desenvolvimento, com ambas as partes apresentando argumentos e buscando uma solução para garantir a continuidade dos serviços de transporte ferroviário no Rio de Janeiro.

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