Estudo da agência científica australiana CSIRO revela que o fungo Fusarium oxysporum pode precipitar nanopartículas de ouro. A boa notícia? Ele já existe em solos brasileiros e pode ser cultivado com segurança em laboratório.
A descoberta que chamou atenção do mundo
Em um laboratório na Austrália, pesquisadores da CSIRO (Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth) identificaram um fenômeno inédito: o fungo Fusarium oxysporum, comum em diversas partes do planeta, é capaz de transformar íons de ouro em partículas metálicas visíveis ao microscópio. O estudo foi publicado na revista científica Nature Communications e vem ganhando repercussão global.
Segundo os cientistas, o fungo libera enzimas que reduzem o ouro solúvel (Au³⁺) para sua forma metálica pura (Au⁰), que se acumula como uma fina película brilhante em seus filamentos. Isso acontece de forma natural, sem a necessidade de reagentes químicos perigosos como mercúrio ou cianeto — amplamente usados na mineração tradicional.
O Brasil pode liderar essa revolução?
Sim. O Fusarium oxysporum já é encontrado em solos brasileiros, especialmente em áreas tropicais e agrícolas. Além disso, o clima nacional (temperaturas entre 20 °C e 28 °C) é ideal para o desenvolvimento do microrganismo. Universidades como USP, UFMG e UFPA já iniciaram estudos sobre “mineração biológica”, e o país pode se tornar referência na técnica sustentável de extração de metais.
No entanto, o fungo exige controle rigoroso. Ele é classificado como fitopatogênico por atacar plantas como tomate, banana e algodão. Por isso, seu cultivo só deve ser feito em laboratórios com estrutura de biossegurança (NB-2), respeitando todas as normas ambientais.
O lado promissor da descoberta
Além de representar uma alternativa limpa à mineração convencional, o uso de microrganismos na extração de metais — conhecido como mineração metabólica — pode ter aplicações em áreas remotas, regiões com solo pobre ou até em missões espaciais. Já existem testes com o uso de fungos para extrair ouro e níquel de pó de meteorito, abrindo caminho para um novo modelo de prospecção fora da Terra.
✅ Como cultivar o fungo do ouro no Brasil — passo a passo seguro e controlado
1. Obtenha uma cepa confiável do fungo
Solicite amostras oficiais em centros de pesquisa como a Fiocruz ou universidades que trabalhem com microbiologia. Também é possível isolar o fungo diretamente do solo brasileiro, desde que haja confirmação laboratorial por PCR para garantir a espécie correta.
2. Prepare um ambiente de cultivo controlado
Monte um espaço de laboratório com biossegurança nível 2 (NB-2), incluindo estufa com temperatura entre 24 °C e 26 °C, frascos esterilizados, câmara de fluxo laminar e materiais de contenção adequados. Evite qualquer contato com ambientes agrícolas.
3. Monte o substrato ideal para o processo
Misture 2% de pó de quartzo com 0,5% de sulfato de ferro. Adicione cloreto de ouro (AuCl₃) em solução diluída de 1 mM. Ajuste o pH da mistura entre 5,5 e 6,0. Essa solução mineralizada é essencial para que o fungo consiga precipitar o ouro.
4. Inocule o fungo no substrato
Adicione ao frasco uma suspensão com 5 mL de esporos do fungo na concentração de 10⁶ unidades formadoras de colônia por mililitro. Utilize luvas, máscara e óculos de proteção.
5. Incube o material por até duas semanas
Deixe o frasco incubado por 7 a 14 dias em local escuro e sem movimentação. Durante esse tempo, o fungo irá precipitar o ouro e cobrirá seus filamentos com partículas metálicas microscópicas.
6. Filtre e seque o fungo
Após o período de incubação, filtre o micélio (parte visível do fungo), lave com água destilada e seque a uma temperatura de 60 °C. Esse material conterá nanopartículas de ouro.
7. Extraia o ouro com método químico controlado
A extração pode ser feita por digestão ácida (mistura de HCl e HNO₃, conhecida como água régia), seguida por eletroprecipitação. Todo o processo deve ser realizado por profissionais capacitados, seguindo a Resolução Conama nº 430 para descarte e segurança ambiental.
⚠️ Importante: o processo ainda é experimental. O rendimento médio é de 1 a 2 miligramas de ouro por quilo de substrato — o que inviabiliza a exploração comercial neste momento.
O futuro da mineração pode estar nos laboratórios
Com engenharia genética, melhorias no substrato e o uso de biorreatores fechados, o rendimento do “fungo do ouro” tende a crescer nos próximos anos. A expectativa é que a mineração metabólica ganhe espaço em zonas protegidas, reservas ambientais e até no setor aeroespacial.
O Brasil, com seus solos férteis e centros de pesquisa avançados, pode se tornar protagonista dessa revolução científica. Mas tudo começa com responsabilidade, ciência e consciência ambiental.
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