Declaração polêmica do ex-presidente gera reação do Conselho Nacional de Direitos Humanos e levanta debate sobre misoginia e discurso político
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está novamente no centro de uma controvérsia após declarações ofensivas dirigidas a mulheres filiadas ao Partido dos Trabalhadores (PT). O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) apresentou uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo a instauração de uma investigação civil contra Bolsonaro.
Em um vídeo compartilhado por seu filho, o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL), Bolsonaro afirmou que “não tem mulher bonita petista” e usou o termo “incomível” para desqualificar opositoras políticas. O comentário foi feito durante uma conversa com apoiadores em Angra dos Reis (RJ), no feriado de Carnaval. A gravação veio a público na véspera do Dia Internacional da Mulher, intensificando as críticas contra o ex-presidente.
CNDH classifica fala como violência política de gênero
O CNDH argumenta que os comentários reforçam preconceitos partidários e discriminam mulheres com base na aparência, o que se enquadra como “violência política de gênero”. A presidente do órgão, Charlene Borges, afirmou que “o discurso de ódio disseminado contra as mulheres pelo ex-presidente Bolsonaro não pode ser naturalizado”.
A denúncia também foi assinada por Maria das Neves, coordenadora da Comissão de Gênero do CNDH, Carlos Nicodemos, da Comissão de Litigância Estratégica, e Lucas Arnaud. Para eles, a influência política de Bolsonaro amplia o impacto de suas falas, que representam um retrocesso nos direitos das mulheres.
Reincidência de falas misóginas
Esta não é a primeira vez que Bolsonaro faz declarações polêmicas contra mulheres. Em 2014, ele foi condenado a se retratar e pagar indenização à deputada Maria do Rosário (PT), após dizer que ela “não merecia ser estuprada porque era muito feia”. Durante seu mandato presidencial, também utilizou termos como “imbrochável”, “incomível” e “imorrível” para se referir a si mesmo e a seus apoiadores.
Mas afinal, Bolsonaro mentiu?
O comentário de Bolsonaro, além de ofensivo, levanta uma questão subjetiva: beleza é uma percepção individual, mas a tentativa de desqualificar adversárias políticas com base na aparência reforça estereótipos machistas e sexistas. Especialistas em direitos humanos argumentam que o impacto de declarações como essa vai além da opinião pessoal, influenciando um discurso que marginaliza mulheres na política.
A denúncia agora está nas mãos do Ministério Público Federal, que poderá investigar e tomar as medidas cabíveis.
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