Um escândalo de corrupção atinge novamente a Baixada Fluminense. Mensagens de servidoras da prefeitura de Belford Roxo revelaram a expressão “nossos 5%”, indicando a cobrança de comissão em um esquema de desvio de R$ 14 milhões do Instituto de Previdência do município (Previde). O caso envolve nomes ligados ao ex-prefeito Waguinho (Republicanos) e está sob investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
📌 Como funcionava o esquema
De acordo com o relatório final da Draco, os recursos desviados foram repassados entre os dias 4 e 27 de dezembro de 2024, na reta final da gestão de Waguinho. Ao todo, 539 pessoas receberam valores irregulares, muitas delas sem qualquer vínculo legítimo com o Previde, responsável pelo pagamento de aposentados e pensionistas.
Entre os beneficiados estavam ex-funcionários, cabos eleitorais e até familiares de integrantes da gestão. Em apenas um mês, cerca de cem pessoas receberam mais de R$ 40 mil cada. O inquérito aponta que apenas seis nomes teriam respaldo legal para receber, mas os valores eram manifestamente incompatíveis.
📌 As servidoras e a frase “nossos 5%”
As investigações miram diretamente Iolanda Curitiba de Souza Assis (presidente do Previde) e Rosemery da Silva Barcellos Aleixo (diretora financeira), ambas nomeadas por Waguinho logo após as eleições de 2024.
Em mensagens recuperadas pela polícia, Iolanda menciona o percentual de “5%” como suposta comissão pelo repasse irregular. Em outro trecho, Rosemery cita a então controladora-geral do município, Elenice Araújo de Oliveira Silveira, afirmando que ela “conversaria com o prefeito sobre o nosso”.
A expressão virou peça-chave da investigação, levantando suspeita de que a cúpula da gestão anterior estava ciente das movimentações financeiras.
📌 Famílias beneficiadas
O levantamento mostra que uma das famílias mais beneficiadas foi a da ex-secretária de Infraestrutura, Suelen Corrêa de Medeiros, que, junto com quatro parentes, recebeu R$ 441 mil. O irmão Tiago Corrêa de Medeiros recebeu R$ 141 mil; o outro irmão, Gilvan Corrêa de Medeiros, R$ 110 mil; além de um sobrinho e uma cunhada que também foram contemplados.
Apesar da suspeita de fraude, Suelen chegou a ser nomeada em janeiro de 2025 como superintendente executiva de saneamento na Secretaria de Obras da atual gestão. Após contato da imprensa, o prefeito Márcio Canella (União Brasil) exonerou Suelen e outros envolvidos.
Outro beneficiado foi Ronaldo da Costa Villardi, ex-assessor da deputada federal Daniela Carneiro (União), esposa de Waguinho. Ele recebeu R$ 90 mil e, meses depois, assumiu cargo de secretário-executivo de Educação em Belford Roxo.
📌 Defesa de Waguinho
O ex-prefeito Waguinho nega qualquer envolvimento e afirma ser vítima de perseguição política da atual gestão. Ele sustenta que sua assinatura foi falsificada no documento que liberou o aporte de R$ 14 milhões ao Previde e promete recorrer da decisão judicial que bloqueou seus bens.
“Minha defesa apresentará os recursos cabíveis contra essas medidas ilegais. Não tive oportunidade de me defender antes dos bloqueios”, disse Waguinho em nota.
📌 Ação judicial e bloqueio de bens
O caso já está judicializado. O juiz Renzo Merci, da 3ª Vara Cível de Belford Roxo, determinou o bloqueio de bens de Waguinho, Iolanda, Rosemery e Elenice, além de outros envolvidos. A atual prefeitura acusa a gestão anterior de antecipar irregularmente o aporte de R$ 14 milhões, que deveria ser feito em dez parcelas, mas saiu de uma vez só no início de dezembro de 2024.
📌 Impacto político
O escândalo acontece menos de um ano após a derrota eleitoral de Matheus do Waguinho (Republicanos) para Márcio Canella. As denúncias reforçam a guerra política na cidade, que transformou Belford Roxo em palco de disputas entre aliados e rivais do ex-prefeito.
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