A tecnologia de reconhecimento biométrico avança rapidamente, e a biometria da íris se destaca como uma das formas mais seguras de identificação. No entanto, um novo fenômeno tem chamado atenção: brasileiros estão vendendo o registro de suas íris por cerca de R$ 600.
Como funciona o escaneamento da íris?
O projeto Worldcoin, idealizado por Sam Altman, CEO da OpenAI, chegou ao Brasil em novembro de 2024. A iniciativa utiliza um dispositivo chamado Orb, equipado com câmeras de alta resolução, para escanear a íris dos participantes. Em troca do registro, os voluntários recebem 48 Worldcoins, criptomoeda nativa do projeto, equivalente a aproximadamente R$ 630 na cotação atual.
Para participar, é necessário baixar o aplicativo World App, cadastrar-se e agendar uma visita a um dos 42 pontos de escaneamento na cidade de São Paulo. Mas, recentemente, um ponto de escaneamento foi identificado no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, chamando a atenção dos cariocas e gerando debates sobre a segurança dos dados biométricos.
Por que a íris é tão valiosa?
Diferente das impressões digitais, que podem ser alteradas por cortes ou danos, a íris possui um padrão praticamente imutável. Já o sequenciamento de DNA, embora extremamente preciso, é caro e complexo. Isso torna a biometria da íris uma opção atraente para identificação segura.
Identificação humana na era da IA
A Tools for Humanity, responsável pelo projeto Worldcoin, afirma que seu objetivo é criar um sistema confiável para diferenciar humanos de robôs, uma preocupação crescente com os avanços da inteligência artificial. O sistema WorldID pretende oferecer uma identificação digital segura, evitando fraudes e garantindo que interações online sejam realizadas por pessoas reais.
Os riscos do compartilhamento biométrico
Apesar da promissora tecnologia, a iniciativa levanta preocupações sobre privacidade e segurança dos dados. Em países como Quênia e Espanha, as atividades da Worldcoin foram suspensas devido a questões regulatórias e preocupações com a proteção de dados. No Brasil, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) acompanha a questão de perto e avalia se as práticas da Worldcoin estão em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Dados biométricos, como a íris, são extremamente sensíveis. Caso sejam vazados, podem ser usados para fraudes de identidade, representando riscos semelhantes aos de expor uma senha bancária. Embora a Tools for Humanity afirme que não armazena as imagens capturadas, especialistas alertam sobre os perigos de ceder informações biométricas sem total garantia de proteção.
Com o aumento da digitalização e da inteligência artificial, a biometria da íris pode se tornar uma ferramenta essencial para segurança online. No entanto, especialistas reforçam que é fundamental garantir que os dados biométricos sejam protegidos contra abusos e uso indevido.
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