Ex-presidente critica governo, STF e nega tentativa de golpe em evento na orla de Copacabana
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu milhares de apoiadores na manhã deste domingo (16) em um ato na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O evento, que contou com a presença de diversos políticos bolsonaristas, teve como principal pauta a defesa da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que não tem obsessão pelo poder, criticou o governo Lula e a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente do ministro Alexandre de Moraes.
A manifestação rapidamente ganhou repercussão internacional, com veículos de imprensa e analistas políticos de diferentes países destacando o impacto do ato na política brasileira. Além disso, aliados de Bolsonaro, como Eduardo Bolsonaro, buscam apoio de autoridades estrangeiras, especialmente dos Estados Unidos, para contestar a atuação do STF no caso dos investigados.
Bolsonaro reforça influência e pede anistia
Visivelmente emocionado, Bolsonaro pediu justiça para os presos do 8 de Janeiro e citou nominalmente mulheres que estão no sistema prisional. “Jamais imaginei que teríamos refugiados brasileiros mundo afora. Até poucos anos, não sonhávamos em passar por uma situação como essa”, afirmou. O ex-presidente também interrompeu sua fala para pedir atendimento médico a uma pessoa do público que passou mal devido ao forte calor.
O evento reforçou o movimento pró-anistia, que busca reverter as condenações dos envolvidos na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Na última semana, o STF condenou mais 63 pessoas, elevando o número total de sentenciados para 480. Parlamentares aliados de Bolsonaro tentam avançar com o “PL da Anistia” na Câmara dos Deputados, mas enfrentam resistência do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que busca evitar confronto com o Judiciário.
Julgamento de Bolsonaro no STF se aproxima
O ato ocorre às vésperas da análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros membros do chamado “Núcleo 1”, acusados de tentativa de golpe de Estado. O julgamento, marcado para os dias 25 e 26 de março, decidirá se a denúncia será aceita pela 1ª Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia. Caso a acusação seja acolhida, Bolsonaro e os demais investigados se tornarão réus.
Entre os políticos que acompanharam o evento estavam os governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Mello (PL-SC) e Mauro Mendes (União-MT), além dos senadores Flávio Bolsonaro (RJ), Magno Malta (ES), Rogério Marinho (RN) e Cleitinho (MG). Deputados federais como Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro e Helio Negão também marcaram presença, assim como o pastor Silas Malafaia, um dos principais apoiadores do ex-presidente no meio evangélico.
Repercussão internacional e impacto político
A manifestação ganhou forte repercussão internacional, sendo mencionada por veículos estrangeiros que analisam o impacto do evento na política brasileira e no cenário geopolítico. A mobilização também busca ecoar entre autoridades internacionais, especialmente nos Estados Unidos, onde Eduardo Bolsonaro mantém proximidade com políticos alinhados ao ex-presidente Donald Trump. No entanto, o movimento tem sido criticado por setores da esquerda, que acusam Bolsonaro e seus aliados de tentar influenciar o debate político fora do Brasil para pressionar o STF e o governo brasileiro.
O evento demonstrou que Bolsonaro ainda mantém forte influência política e um grupo fiel de apoiadores. No entanto, sua situação jurídica se torna cada vez mais delicada com o avanço das investigações. A expectativa agora é para a decisão do STF, que pode mudar o rumo da política nacional nos próximos meses.
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