Belford Roxo (RJ) — A Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou um esquema milionário de transporte clandestino controlado pelo Comando Vermelho (CV) na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio. O aplicativo Rotax Mobili, usado como fachada para a operação, chegou a ter mais de 300 mototaxistas cadastrados e movimentava cerca de R$ 1 milhão por mês, segundo as investigações.
Como funcionava o esquema
O Rotax Mobili operava como um serviço de transporte por aplicativo, mas todos os motoristas e mototaxistas eram obrigados pela facção a se cadastrar na plataforma. Quem se recusava era ameaçado e impedido de trabalhar na região.
A estrutura contava com dois núcleos:
- Um responsável por intimidar e extorquir os profissionais.
- Outro encarregado de administrar as corridas e repassar o dinheiro ao chefe do tráfico local.
O aplicativo era anunciado em grupos de mensagens com o slogan interno: “O único aplicativo que passa na barricada e te deixa na porta de casa”, reforçando o controle territorial da facção.
Disponibilidade e fachada tecnológica
O Rotax Mobili esteve disponível na Google Play Store tanto para passageiros quanto para motoristas, com registros de centenas de downloads. O código do aplicativo indica que ele foi desenvolvido sobre a plataforma white-label Machine, que permite criar apps de transporte personalizados.
O domínio rotaxmobili.com também foi registrado, mas apresenta apenas um layout genérico, reforçando a suspeita de fachada para as atividades criminosas.
A Operação Rota das Sombras
Batizada de Rota das Sombras, a ação foi coordenada pela 34ª DP (Bangu) com apoio de diversas unidades especializadas, entre elas a Core, DGPC, DGPE, DGPB e DGPI. Foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e 12 de busca e apreensão.
Entre os alvos está Alex Silva, apontado como um dos líderes na divulgação e operacionalização do aplicativo.
Fontes da polícia indicam que parte dos envolvidos também atuava em outros ramos ilícitos, aproveitando a estrutura do transporte clandestino para lavagem de dinheiro.
O que vem a seguir
As autoridades investigam agora quem financiou a criação da plataforma, possíveis empresas de fachada e CNPJs ligados à operação, além de buscar a quebra de sigilo bancário de suspeitos para mapear todo o fluxo financeiro.
Há expectativa de novas prisões nos próximos dias, já que as provas digitais — incluindo prints da Play Store e registros de hospedagem — foram preservadas para análise.
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