O GAESP/MPRJ, com apoio da CSI/MPRJ e da CGPM, deflagrou nesta quinta-feira (14/08) a segunda fase da chamada Operação Patrinus, cumprindo 10 novos mandados de prisão contra policiais militares acusados de extorsão. Assim, mais de 20 PMs do 39º BPM (Belford Roxo) já foram presos em dois momentos distintos da investigação — todos denunciados por organização criminosa, corrupção passiva e peculato.
Como funcionava o esquema
Os PMs exigiam propina semanal ou mensal, geralmente R$ 100, de comerciantes chamados de “padrinhos”. Esses lojistas ganhavam “proteção armada” durante o expediente, usando viaturas, uniformes e armas da corporação. Um dos áudios apreendidos revela a ameaça:
“Tranquilo, padrinho… é sem opressão… pior que milícia. Se não quiser dar os 100, vai dar m*rda.”
A organização tinha base profissional: captação, cobrança, proteção, divisão dos lucros e até um serviço de atendimento informal para os pagamentos.
Fase 1 – Presos em julho/2025
(Entre os acusados estão PMs lotados em diversos batalhões)
- Marcelo Ferreira Chagas da Silva – Soldado, 39º BPM
- Jaime Cândido de Jesus Vicente – Soldado, BPTur
- Rodrigo Alves dos Santos Viana – 3º Sargento, 39º BPM
- Ivaney José Dias Gama – Cabo, 15º BPM (Duque de Caxias)
- Rodrigo Vasconcellos de Oliveira – 3º Sargento, 39º BPM
- Pablo Felix Regis – 2º Sargento, 39º BPM
- Ubiratan Matos Ferreira – 3º Sargento, 39º BPM
- André Luiz de Oliveira Monsores – Cabo, 12º BPM (Niterói)
- Rafael da Silva Santos (“Sapo”) – Cabo, 20º BPM (Mesquita)
- Rafael da Fonseca Carvalho – Cabo, cedido à Prefeitura de Belford Roxo
- Felipe de Paula Lameira da Silva – Cabo, 39º BPM (foragido à época)
Fase 2 – Presos em agosto/2025
(Nomes e fotos divulgados pelo MPRJ e pela imprensa)
- Marcelo Silva – Soldado, 39º BPM
- Anderson dos Santos – Cabo, 39º BPM
- Juan Silva – Soldado, 39º BPM
- Luciano Canto – 3º Sargento, 39º BPM
- Luiz Isaac Costa – Soldado, 39º BPM
- Márcio Júnior – 2º Sargento, 39º BPM
- Ramon Gomes – Cabo, 39º BPM
- Robert Corrêa – Soldado, 39º BPM
- Wesley Carvalho – Cabo, 39º BPM
- Geovane Ramos – Soldado, 39º BPM
Âmbito da operação
Os mandados da segunda fase foram cumpridos em Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Magé e na capital, com apoio da Corregedoria-Geral da PM. O esquema era tão disseminado que alguns comerciantes eram extorquidos por mais de um grupo dentro do batalhão.
Reação institucional e impacto
O Procurador-Geral de Justiça, Antônio José Campos Moreira, classificou o batalhão como “contaminado” e recomendou a troca imediata do comando do 39º BPM para restaurar a confiança pública.
A PMERJ afirmou que os envolvidos responderão a processos administrativos internos e destacou que não compactua com desvios de conduta.
A sequência de prisões entre julho e agosto expõe um problema estrutural dentro do 39º BPM: uma tropa que deveria proteger foi usada para extorquir. Para os moradores e comerciantes de Belford Roxo, essa revelação é um choque institucional.
O MPRJ afirma que as investigações continuam e novas prisões não estão descartadas.
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