Belford Roxo (RJ) – A Justiça da 1ª Vara Cível de Belford Roxo determinou, nesta sexta-feira (8), um novo bloqueio de bens do ex-prefeito Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, e de seu sobrinho, Matheus Carneiro Barros, candidato nas eleições de 2024. A nova medida de indisponibilidade chega a R$ 402.500,00 e se soma a um bloqueio anterior de aproximadamente R$ 14,9 milhões, elevando o total para mais de R$ 15 milhões.
A decisão atende a um pedido da atual gestão municipal e da Fundação de Desenvolvimento Social de Belford Roxo (FUNBEL), em ação que investiga a transferência de recursos via PIX a pessoas sem vínculo com a instituição ou com a Prefeitura. Segundo a denúncia, 28 transações ocorreram nos dias 2 e 3 de outubro de 2024, durante o período eleitoral, para beneficiários que teriam ligação política com o grupo do ex-prefeito.
O juiz Eduardo Mendes Satte Alam Gonçalves apontou que não houve respaldo legal para as transferências, que foram feitas sem notas de empenho ou processos administrativos que justificassem os pagamentos. A Justiça entendeu que há indícios de uso irregular de dinheiro público, com possível desvio de finalidade e prejuízo ao erário, e que a medida busca evitar a dilapidação de patrimônio antes do julgamento definitivo.
Mais de 600 beneficiários identificados
Este caso se conecta a outra investigação que levou ao primeiro bloqueio de bens de Waguinho, no valor de cerca de R$ 14,9 milhões, relacionado ao Instituto de Previdência dos Servidores de Belford Roxo (Previde). Em dezembro de 2024, a Prefeitura teria transferido esse valor ao instituto, que, por sua vez, distribuiu recursos a aproximadamente 600 pessoas sem vínculo com o órgão.
Somando as apurações sobre o Previde e a FUNBEL, a investigação envolve transferências milionárias a centenas de beneficiários, todas realizadas no mesmo contexto político e administrativo. O Ministério Público Estadual se manifestou a favor dos bloqueios para garantir a recomposição dos valores aos cofres públicos.
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