Na manhã desta quinta-feira, 12 de setembro de 2024, a Polícia Federal lançou a Operação Teatro Invisível , com o objetivo de desarticular uma organização criminosa externa para a propagação de notícias falsas em campanhas eleitorais municipais. O esquema criminoso, que já atua desde 2016, influenciou diretamente eleições em pelo menos dez cidades do estado do Rio de Janeiro, incluindo São João de Meriti.

Foram cumpridos quatro mandatos de prisão preventiva e quinze mandatos de busca e apreensão, todos expedidos pela 8ª Zona Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, foi determinado o bloqueio de bens dos envolvidos, somando até R$ 1 milhão para cada investigado.

Esquema de desinformação

De acordo com as investigações, os líderes da organização, muitos deles ex-ocupantes de cargas públicas, montaram um esquema complexo para contratar pessoas que disseminassem notícias falsas contra determinados candidatos ao prefeito. Esses “agentes de desinformação” receberam R$ 2 milhões mensais e se infiltraram em locais movimentados, como mercados, pontos de ônibus e padarias, para transmitir informações falsas. Os coordenadores da operação, por sua vez, receberam R$ 5 milhões mensais e, durante o período eleitoral, foram exonerados de suas cargas públicas e substituídas por “laranjas” para evitar complicações legais.

O esquema incluía a produção de relatórios diários detalhando a quantidade de eleições envolvidas, o número de votos obtidos para o candidato beneficiado e os resultados da operação. A investigação revelou que essa prática era lucrativa e altamente organizada, prejudicando a integridade do processo eleitoral em várias cidades do estado.

Prisões e apreensões

Durante a operação, foram apreendidos R$ 188.300,00 em espécie, três veículos de luxo blindados, além de celulares, dispositivos eletrônicos e diversos documentos. A ação foi colaborada pela Divisão de Repressão a Crimes Eleitorais (DRCE) e pela Polícia Federal do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério Público Eleitoral.

Os envolvidos serão investigados por crimes como organização criminosa, desvio de funcionários públicos, uso de “laranjas”, lavagem de dinheiro e assédio eleitoral, além de infrações ligadas à disseminação de desinformação, em conformidade com o previsto no Código Eleitoral.

A operação marca um passo importante no combate às notícias falsas e à corrupção eleitoral no estado, reforçando o compromisso das autoridades em garantir a transparência no processo eleitoral.